Palmeira-do-chile ou palma-chilena
Palmeira-do-chile | |||||||||||||||
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Estado de conservação | |||||||||||||||
Vulnerável (IUCN 2.3) | |||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||
Jubaea chilensis (Molina) Baill. |
Palmeira-do-chile ou palma-chilena, é o nome comum da espécie Jubaea chilensis (Molina) Baill., uma planta da família das Arecaceae que constitui a única espécie do género monotípico Jubaea. É nativa da região central do Chile, onde é endémica numa pequena área entre as coordenadas 32°S e 35°S nas regiões do sul do Coquimbo, Valparaíso, Santiago, O'Higgins e norte de Maule. A palmeira-do-chile é a mais corpulenta das palmeiras, podendo atingir 25 m de altura, com a estipa a chegar por vezes aos 5 metros de circunferência junto ao solo. É de crescimento muito lento, não florindo antes dos 60 anos de idade. Crê-se que é a palmeira de folhas pinadas mais resistente ao frio, sobrevivendo à exposição prolongada a temperaturas entre −12 °C e −15 °C. Durante muito tempo pensou-se que a extinta palmeira da Ilha da Páscoa pertencia a este género, sendo actualmente considerada distinta deste e colocada no seu próprio género, Paschalococos.
Descrição[editar | editar código-fonte]
- Estipa: única, cilíndrica e de grandes dimensões, podendo atingir de 10 à 25 metros de altura (40 m em situações excepcionais), sendo mais grossa na base do que nas proximidades da coroa. Pode atingir diâmetros de 1,3 m, tendo sido registado um exemplar com 5 m de circunferência junto ao solo. A estipa é recoberta por uma casca macia e lisa, cinzenta, frequentemente marcada por grandes cicatrizes deixadas pela base do pecíolo das folhas.
- Coroa: coroa de folhas comprimidas e sub-horizontais na zona central e recurvas, ou mesmo pendentes, na zona externa. É densa, contende de 40 a 50 folhas pinadas, com 3 a 5 m de comprimento.
- Folhagem: persistente, de 4 a 5 m de comprimento, pinadas, folíolos com cerca de 0,60 m, lineares a lanceolados, glaucos na página inferior. Os pecíolos são curtos, fibrosos, destacando-se facilmente da estipa quando a folha morre.
- Flores: a espécie é monóica, produzindo uma inflorescência em forma de espádice. As flores unisexuadas emergem por entre as folhas inferiores, tendo cor púrpura.
- Frutos: ovóides, com uma polpa cor de laranja e fibrosa que envolve a semente. A semente é um grão contendo um tegumento branco, comestível, semelhantes a pequenos cocos. Por essa razão, no Chile são denominados coquitos.
- Distribuição: A Jubaea chilensis ocorre naturalmente no Chile, na zona compreendida entre as latitudes 32º S e 35º S, abrangendo o sul da região de Coquimbo e nas regiões de Valparaíso, Santiago, O'Higgins e o norte da região de Maule. Em resultado da sua limitada área geográfica de expansão e da destruição de habitat que tem sofrido, é hoje listada pela IUCN como espécie vulnerável.
- Habitat: No sopé dos Andes, até aos 1500 metros de altitude, nas encostas voltadas para o Oceano Pacífico. Cresce melhor nas zonas de clima mediterrânico seco. Devido ao abate indiscriminado e à perda de habitat, as suas populações estão reduzidas a povoamentos esparsos em zonas protegidas.
- Estado de conservação da espécie: A palmeira-do-chile está classificada pela UICN como espécie ameaçada com estatuto de vulnerável (VU A1cd). A sua exploração e abate estão regulamentados.
- Sobrevive bem em locais com Inverno temperado, embora possa suportar alguma geada e temperaturas que ocasionalmente desçam até aos −12 °C (existem registos da sobrevivência de exemplares adultos a vários dias com temperaturas até −15 °C), o que faz dela uma das palmeiras mais resistentes ao frio. Tolera bem estios frescos e secos. Existem exemplares cultivados de Jubaea chilensis em todas as regiões temperadas de clima mediterrânico e oceânico, sendo frequente na Europa ocidental. Em Lorient, na Bretanha, existem dois grandes exemplares que ainda apresentam marcas de balas disparadas na Segunda Guerra Mundial.
Utilização[editar | editar código-fonte]
Produz uma seiva rica em açúcares que pode ser utilizada como edulcorante (mel de palma) ou fermentada para produzir um vinho. Estes usos levaram a que a planta seja designada por palmeira-do-mel ou palmeira-do-vinho.
Dado que a exploração da seiva implicava em muitos casos o abate da planta, hoje o seu uso está regulamentado dada a vulnerabilidade da espécie, sendo a seiva recolhida através de entalhes na estipa. Os frutos são comestíveis, assemelhando-se a pequenos cocos, sendo recolhidos e consumidos em fresco.
O género Jubaea[editar | editar código-fonte]
O género monotípico Jubaea é taxonomicamente próximo de um grupo de géneros com distribuição geográfica exclusiva no hemisfério sul. A origem desses géneros situa-se em África (Jubaeopsis), continuando-se para leste por Madagáscar (Voanioala), pela Melanésia (Cocos), Chile (Jubaea) e Bolívia (Parajubaea), terminando no sul do Brasil (Syagrus, Butia, Lytocaryum, Allagoptera e Polyandrococos).
O género foi denominado Jubaea pelo botânico alemão Karl Sigismund Kunth em honra de Juba II, rei da Numídia.
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